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Às vésperas de mais um grande evento esportivo – as Olimpíadas de Paris –, o Brasil conquista três medalhas em outro tipo de competição que não tem o glamour e a visibilidade dos Jogos Olímpicos, mas que representa todo o preparo, a dedicação e a superação de estudantes brasileiras. É a Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (European Girls Olympiad in Informatics – Egoi), que termina nesta sexta-feira (26), na Holanda. Nesta quarta edição, o país conquista o ouro pela segunda vez – a primeira foi em 2021, na 1ª Egoi. As quatro melhores classificadas na Seletiva da Egoi compõem a equipe que representará o Brasil no ano seguinte.
A participação brasileira:
Ouro
- Maria Clara Fontes – Colégio de Orientação e Estudos Integrados (Coesi), Aracaju/SE
- Classificação geral – 4º lugar
Prata
- Sofia Torres de Paula Cintra – Escola Americana de Belo Horizonte, Belo Horizonte/MG
- Classificação geral – 28º lugar
Bronze
- Estela Baron Nakamura – Colégio Pódion, Brasília/DF
- Classificação geral – 80º lugar
Participação
- Gabriela Barbieri Stroeh – Colégio Etapa Valinhos, Valinhos/SP
- Classificação geral – 122º lugar
Representatividade
Em 1896, não existia a participação feminina nas olimpíadas esportivas. Em 1924, 4% da delegação eram mulheres, em 1960, foram 11%, e em 2016, no Rio de Janeiro, subiu para 45%. Neste ano, as mulheres são 50% das participantes. Com o objetivo de buscar esse mesmo crescimento, o Movimento Meninas Olímpicas visa aumentar a presença feminina em espaços estratégicos, como nos meios político, empresarial ou científico, por meio do incentivo à participação igualitária em olimpíadas de conhecimento.
– Realmente são resultados excepcionais, uma vez que a estudante brasileira conseguiu a terceira maior nota. Tenho acompanhado a competição. É muito emocionante acompanhar os resultados – comenta a professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Nara Martini Bigolin, líder da Equipe Brasileira Egoi 2021 e coordenadora do Movimento Meninas Olímpicas.
Nas olimpíadas científicas internacionais de conhecimento, em várias áreas, como matemática e informática, a média de participação de meninas é de 10% e de 2%, respectivamente.
Na Olimpíada Internacional de Matemática deste ano, a participação feminina foi de 11,74%. Em 1961, foi de 12,86%, e em 2016, de 11,79%, ou seja, em seis décadas, o percentual de participação feminina é o mesmo.
Segundo Nara – que é uma das homenageadas no 1º Prêmio Ana Primavesi –, a criação do movimento, em 2016, busca ampliar a participação feminina em olimpíadas de conhecimento:
– Hoje, cada vez mais, as estudantes brasileiras estão se destacando em competições internacionais. Neste ano, já contamos com meninas em olimpíadas de biologia, linguística, matemática e economia. Sem dúvida, conquistas como as da Egoi impactam no processo de incentivar outras meninas.
Material de apoio
No intuito de divulgar as olimpíadas cientificas e auxiliares aos professores a encontrar informações sobre as mais de 100 olimpíadas brasileiras existente, o Movimento Meninas Olímpicas lançou o Portal de Olimpíadas Científicas, desenvolvidos pela estudante de Sistemas de Informação Natalia da Silva e pela professora Nara Bigolin.